
Pode a parede ter pele?
Num mundo que tudo está morto, em ambiências estéreis, naturalmente a parede não vive. Mas quando a espécie homo brancus ocidentales saí de cena, deixando que a ela crie seus elos com a água, a parede ganha poros, pelos, peles.
A sequência de 28 fotos de diferentes paredes-epidérmicas sai de dentro do Museu do Depois do Amanhã para ir morar nos três banheiros da balada mais beco da oito. O Anexo 8 ganha sua galeria fluvial com uma exposição epidérmica. Um verdadeiro papel de parede que simula, nada cinicamente, paredes brotejantes, esverdeadas, esboroadas. Paredes camufladas de vida vendo vocês mijarem.
No banheiro destinado unissex o papel de parede pele aparece colorido, do teto aos lados, só não no chão. No feminino a exposição é preto no branco, também estando por todos os lados. Já no masculino ela se dá inteiramente incompleta, mal feita até, e fica combinado que se os machos melhorarem neste ano a gente cobre as superfícies todas de presente de natal: um natal epidérmico.
Não podemos deixar de mencionar que essa pele parede pós-antrópica em notório estado de arte-vida formada de fotos não seria possível sem a imprescindível contribuição dela: a rainha água, e dele o Reino Fungi, que é top!