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Foto do escritorGlauco Gonçalves

Anatomia da Ruína

Atualizado: 27 de set.



Gabriel Augusto no MUDDA


A exposição Anatomia da Ruína não busca redenção ou resgate. Gabriel Augusto mergulha nas entranhas do MUDDA – esse museu dos restos, das camadas que o tempo não apaga, mas assenta – para transformar fragmentos de abandono em obra viva. Suas telas e esculturas se fundem aos escombros, feitos da carne do próprio prédio, ecoando uma simbiose entre a ruína física e a ruína institucional.


As paredes rachadas, tatuadas por intervenções de outros tempos, tornam-se extensão das obras de Gabriel, que gritam com a mesma intensidade das pichações e dos destroços. Não há suavidade ou lirismo aqui; há a crueza de um espaço que foi deixado para trás, onde o silêncio é interrompido apenas pelo grunhido das estruturas que cedem. Mas, longe de ser um lamento, a exposição é uma celebração do que se acumula e se perpetua na negligência – monstros nascidos de nacos de parede e fissuras.


O MUDDA, com seu histórico de abandono, converte-se em palco e personagem dessa anatomia desconcertante, onde o assombro não está no vazio, mas no excesso. As camadas de tinta, poeira e olhares antigos se fundem às peças de Gabriel, em uma única tarde, para criar um retrato visceral da ruína que nos cerca e nos define. Aqui, nada é restaurado, tudo é exposto.



Interessados em certificado de participação de 6horas, façam inscrição aqui: http://eventos.ufg.br/EXPOMUDDA001


SERVIÇO

Data: 29/09/24 - Domingo

Horário: 14h às 17h

Local: MUDDA




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