Nós temos problemas com fronteiras: não gostamos delas!!!
E, certamente, foi por conta disso que formamos o DESarquivos Coletivo Feminino de Arte, em 2024. Ainda mais incomodados ficaram aqueles que pensam que arte só acontece dentro das quatro paredes da galeria chique; que lugar de mulher é na cozinha e que viagem só acontece com permissão alheia.
Nós, Madame Pagu, Nayara Rangel, Ulla von Czékus e Vania Viana, somos multiartistas e estamos aqui para virar tudo do avesso. Somos duas paulistas e duas baianas. Três de nós vivem na magia quotidiana de Salvador, na Bahia, enquanto a outra escorrega nas colinas do Piemonte, na Itália.
Fronteiras? Nem ligamos para esse tipo de conceito.
Queremos unir mundos com a cola mansa dos nossos lambes, seja em Goiás, pelo Brasil, na Itália ou pelo mundo todo; porque acreditamos que a arte tem que circular, tem que chegar em todo lugar, tem que tocar as pessoas.
Nosso mote é abandonar, esquecer as linhas imaginárias que alguém desenhou para separar. Porque fronteira, no final, é isso: poucas pessoas que dividem entre si pedaços de mundos - o meu, o seu, o nosso, o real e também o fabulado; apartando sempre, porque (claro) quem faz divisa não pensa em unir.
Mas a ideia não é guerra (nem fria, nem quente). Aqui o juízo é que, enquanto não conseguirmos derrubar os limites que se vê por aí, temos que apreciar a boa vizinhança, cultivar o respeito e deixar nossas marcas por esse mundão. Porque, no final, tudo é memória. Então lambe e cola aqui.
*** DESarquivos Coletivo Feminino de Arte participou da ação JÁ TOMBEI em agosto de 2024, logo depois de colar seus lambes no Festival de Fotografia de Tiradentes, em 2024.
Muito bom!